19 junho, 2006


Somente

Sem cobranças,
Sem anseios,
Sem o amanhã.
Me tenha,
Me cative,
Me aprisione
Em teus braços,
Uma noite dessas,
Esbarre nesta carcaça que tanto te instiga,
Mas não peça perdão...
Apenas me hipnotize
Com a chama a reluzir
Nesses olhos que são só teus...
Luz que te batizou!
Cale o que te sobe a garganta,
E não me ofenda,
Beba os desacatos
Aos goles, junto dos beijos meus,
Quando freneticamente a língua
Percorreria sua nuca,
Desbravando o que por horas
Apreciei sob a opulência de suas vestes,
A alvura de sua pele,
Reagindo ao toque suave de minhas mãos,
Que te apertariam numa busca alucinada
De te consumir a carne.
Minta para mim,
Me chame tua.
Me ponha nua,
Na escuridão de um canto qualquer
À luz fosca de uma lamparina,
Onde luzirá...
Apenas a maciez de suas madeixas negras,
Que eu tocaria com ternura,
E no seu colo adormeceria...
Mas, não me diga nada,
Me ame apenas,
E tão somente, desnorteada,
Até diria: unicamente!
BM

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