Personagem
Aos vermes, que devorar-me-ão,
Ofertarei-lhes um cadáver
Já em decomposição,
Bom agrado, mas,
Carne de má qualidade.
Aos humanos, que
Devoraram-me em vida,
O prato era bem posto,
Farta refeição
Para ser degustada
Por talheres de prata.
Fui um belo modelo de beleza,
Cortejada pelas inúmeras esquinas...
Aplaudida nas encruzilhadas...
Suplicada nos cabarés de uma Paris apagada.
Na cena fui
Rainha para uns,
Meretriz para tantos,
Donzela para poucos,
Bruxa aos olhos da inquisição.
E para ti?
Fui tão somente a lágrima
Cortante tal como a navalha
Em minha dor.
No fechar das cortinas,
No enterrar da urna,
Por favor, não chorem,
Pois na lápide lerão:
Jaz aqui, uma poeta maldita,
Aos vermes, que devorar-me-ão,
Ofertarei-lhes um cadáver
Já em decomposição,
Bom agrado, mas,
Carne de má qualidade.
Aos humanos, que
Devoraram-me em vida,
O prato era bem posto,
Farta refeição
Para ser degustada
Por talheres de prata.
Fui um belo modelo de beleza,
Cortejada pelas inúmeras esquinas...
Aplaudida nas encruzilhadas...
Suplicada nos cabarés de uma Paris apagada.
Na cena fui
Rainha para uns,
Meretriz para tantos,
Donzela para poucos,
Bruxa aos olhos da inquisição.
E para ti?
Fui tão somente a lágrima
Cortante tal como a navalha
Em minha dor.
No fechar das cortinas,
No enterrar da urna,
Por favor, não chorem,
Pois na lápide lerão:
Jaz aqui, uma poeta maldita,
BM