Sem reconstituição
Não!
Por favor, não desejo que me ames
Tão somente pela piedade que te acometes
Ao me ver assim,
Tomada por tamanha enfermidade,
Crescendo tal como escaras
Que já não cicatrizam mais.
Motivada apenas,
Pelos meus passos incertos
Nos cômodos de tua casa,
Esbarrando o corpo há muito lânguido
Nas paredes úmidas,
Os objetos do aparador
Que sem controle, vão ao chão.
Não quero que me vejas amarelada,
Judiada, no canto de tua suíte,
Sem suportar as náuseas matinais.
Nem tampouco, sentada no chão
Aos pranto ,
De lágrimas que inundam teu quarto .
Não quero que suportes, o que nem eu sou capaz.
Não quero que me tenhas amor,
Já não me amo mais.
Não deves beijar esta boca,
Que só faz secar,
Partida,
Fragmentada,
Como as cenas de uma peça
Sem sucesso,
Que dela, só restam pedaços
Soltos em um estúdio, ao fundo de um quintal qualquer.
BM