Aprisionada
Há muito deixei de rabiscar
Meus hieróglifos tortos,
Esta tentação, que consome
Meu útero em um desejo de posse,
De ter no meu mais íntimo alguma parte
Que é tua, fui tua.
Hoje, sequer seguro a pena,
Já não deslizo as mãos sobre
Meus papéis amarelados
E pelas traças, roídos.
Não grito,
Emudeço,
Não choro,
Engulo,
Amo-te,
Mas afasta-te de mim,
Perdição divina.
Castro as palavvras,
Antes de saltarem feito crianças
Em festas juninas,
Dançando quadrilhas nos papiros
De meu éden mais infernal.
Aprisiono o que deveria
Deixar nas escrituras, sagrado...
A ninguém confesso,
Meu sacrilégio,
Fardo
Destino
Talvez seja,
Um amor no sarcófago!
BM