12 outubro, 2006


Dama de Vermelho
Quem és tu, oh dama de vermelho,
Bailando nos salões de uma Paris
Tão luz, como a que te batizaste?
O que há por trás dos binóculos,
Quando ao lado dos barões,
Assiste a peças melodramáticas
No camarote de teus sábados vazios?
Existe máscara atrás desse rosto,
Ou me contradigo?
O que ocultas nestes olhos de gata,
Quando estás submersa em kajal,
Pó opaco, batom carmim...?
Ou simplesmente as lentes, que disfarçam
Tua miopia providencial.
O que maculas quando te pintas?
O que revelas, quando me assaltas,
De sonhos mágicos, com o canto
De uma sereia, prestes a me conduzir
Ao fundo do mar, sem respiração,
Ofegante,
Sufocada,
Mas pelo beijo teu, da vida, restituída?
E as borbulhas, levam como conteúdo,
Minha curiosidade mortal: quem és aquela?
Exaurida,
Fora de um submarino,
Eu aspiro o momento
De arrancar com sofreguidão tua cauda!
BM

Um comentário:

Anônimo disse...

a lírica com todoa sua força. great!