Hoje eu vou ao mercado sozinha
Perco-me entre os tantos corredores...
Espero na fila, efetuo o pagamento
E deixo que os entregadores me
Tragam o sustento...
Não carrego mais as sacolas
Com os nossos víveres, dividindo-as
Contigo, pesando as sacolas, brigando,
Trapaceando para carregar as mais leves...
Pilhéria... todas acabavam para que
Eu arrumasse mesmo, enquanto tu
Acalmavas tua prole, que sedenta,
Aguardava que tu chegasses...
Hoje eu ando pelas ruas desprezada
Nem os bêbados do bar da esquina
Olham minha beleza inexistente...
Não recebo mais lírios, nem tampouco
Presenteio orquídeas... só as olho na redoma,
Na mesma em que pus nosso amor maldito.
Atravesso a rua, volto de minha vida pacata,
Olho com asco aquela mulher do outro lado
Da rua, as suas vestimentas imundas,
Seus pés com sandálias prestes a arrebentar,
Os trapos surrados que cobriam tão magro corpo...
Ela usava máscara, acometida por alguma doença
Contagiosa...
Quisera eu, só usei máscaras em bailes à fantasia...
Pudera eu me vingar de mim com a moléstia
Daquela mulher...
Apenas uma passante hoje... amanhã
Já um cadáver conformado...
E a mim, restará apenas ler no noticiário mais
Uma morte que não é a minha.
BM.
Perco-me entre os tantos corredores...
Espero na fila, efetuo o pagamento
E deixo que os entregadores me
Tragam o sustento...
Não carrego mais as sacolas
Com os nossos víveres, dividindo-as
Contigo, pesando as sacolas, brigando,
Trapaceando para carregar as mais leves...
Pilhéria... todas acabavam para que
Eu arrumasse mesmo, enquanto tu
Acalmavas tua prole, que sedenta,
Aguardava que tu chegasses...
Hoje eu ando pelas ruas desprezada
Nem os bêbados do bar da esquina
Olham minha beleza inexistente...
Não recebo mais lírios, nem tampouco
Presenteio orquídeas... só as olho na redoma,
Na mesma em que pus nosso amor maldito.
Atravesso a rua, volto de minha vida pacata,
Olho com asco aquela mulher do outro lado
Da rua, as suas vestimentas imundas,
Seus pés com sandálias prestes a arrebentar,
Os trapos surrados que cobriam tão magro corpo...
Ela usava máscara, acometida por alguma doença
Contagiosa...
Quisera eu, só usei máscaras em bailes à fantasia...
Pudera eu me vingar de mim com a moléstia
Daquela mulher...
Apenas uma passante hoje... amanhã
Já um cadáver conformado...
E a mim, restará apenas ler no noticiário mais
Uma morte que não é a minha.
BM.
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