22 junho, 2006


Negação

Não, não sou sua,
Se foi, assim como o crepúsculo,
Toda a vontade de sofrer.
Sou rosa murcha,
Pranto exíguo.
Fechei minha porta,
Afoguei-me em verdades incômodas,
Para não te ver mais,
Magoada,
Abandonada,
Forçada ao amor,
Destinada à dor.
Não, não ouço mais teu coração
Cada vez que tenho a face
Recostada àqueles seios que ainda
Sinto nas mãos,
É vago,
O silêncio funesto.
Fiquei perdida na vida que era tua,
Sem o espaço meu.
Somente na cama,
Ainda existiam dois travesseiros,
Que nos esperavam apenas para sonhar,
Secretas quimeras!
Mas as alegrias fingidas,
Sustentavam a nossa história não vivida.
Não, não acordei ainda,
Somente sua,
Doente,
Quero padecer sem ar
Quando as lágrimas lastimam
Uma única ausência,
A de minha vida roubada.
BM

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