Crônica
Este sentimento agudo
Que me vem assim,
Sorrateiramente,
Sem aviso prévio,
Sem pedir licença...
Levanta o pó opaco
E seco daquela mesa
De vidro estilhaçado.
Varre encontros tortos
Das paredes já infiltradas - os cantos.
Onde espremia meu corpo,
Para sentir a umidade nos braços,
Pálidos.
Pareciam alguém,
Sentia-me prisioneira,
E isto, era crônico.
Sentimento febril,
Delirante como os suspiros
Que murmurávamos aos
Ouvidos distantes
Em meio às madrugadas insones.
À luz eclipsada de uma noite
Prematura,
Declamei secretamente
As batidas descompassadas
De um músculo já adoecido,
Insistentemente pulsante...
Àquela que seria a personagem
Tardia em meus atos...falhos,
Sempre tão inválidos.
Abstraio-me, retraída
Na epiderme sanguinolenta,
Oculta pelos trapos
Que vestiam uma covardia,
Perene,
Visceral,
Mas a possuíamos.
BM
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