Ausência
sinto vagando pelos cômodos da alma
a mais presente falta de mim.
minha ausência deambula de um lado
para o outro... entra e sai sem pedir
licença, bate as portas com aquele
velho rancor que lhe é peculiar...
fecha as janelas do mundo
sem dar satisfação...
arrasta minha velha mobília e
coloca onde lhe convém.
ela me tem.
e depois, no cair da mais solene noite
esta donzela me prepara uma bebida,
chega tão mansa, tão santa, tão dama...
aceito de bom grado o veneno
servido na taça,
sem alma e
com calma...
BM.
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