07 fevereiro, 2013
é pesar quando a taça estilhaça,
o vinho derrama sanguinolento,
a nota é a última tocada, a única morada do padecer...
triste quando a lágrima rola, inunda cômodos ocos...
seca na face tão unida a mesma que já é íntima e vital às maças
outrora brilhantes e rosadas pelo sol matutino...
hoje esse rosto é o jazigo da vida.
é lamento os dedos que não enlaçam mais fios de cabelos,
de tão exauridos e reumáticos sequer apoiam o tinteiro, a pena,
o cinzeiro espatifa no chão... limpo pela mucama dos finais de semana...
vejo-me no reflexo das tábuas não corridas, o semblante misturado às cinzas...
já não sei o que sou eu,
o que é caco,
o que é tabaco...
é provável que eu seja apenas a imagem refletida e trincada que soçobrou...
BM
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