25 setembro, 2008



Real - idade


Era tudo muito confuso
Os cenários se misturavam
E percorríamos espaços dantes
Nunca visitados.
Só tinha eu uma súbita
Surpreendente reveladora
Certeza – eras minha
E me atacara de forma
Inesperada...
Aceitei feito cordeiro o convite
Da rainha de Atenas...
Deusa do Olimpo
Realeza egípcia...
Dei a ti meu mundo
Quando juntos corríamos
Às cegas de um mundo proibido.
Eu seria mais uma vez um
Segredo...
Mas queria.
Ao enfim parar de fugir...
Deitamo-nos num motel
Barato... os lençóis gastos
Fizeram-se seda ao receber
Tua pele alva...
As águas gélidas do chuveiro
Tornaram-se brasas na
Fervura de nossos corpos
Ardentes unos
Eu, tão dono de mim...
Rendido aos pés do desconhecido
Sem enxergar horizonte
Em minha retina só luzias
Tu...
Lembro até o marfim
Das cortinas com as quais
Cobri o nu de teu corpo...
Mas tua fome era incessante,
Amávamos-nos incansáveis
Por noites dias séculos milênios
Não havia tempo, não usávamos
Relógios...
Afirmo ter sorrido ao
Final...
Porém a claridade do astro rei
Trouxe-me à cruel realidade.


BM.

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