Escuridão
A família Real de amparo,
Luminária? A cinza de charuto
Aceso, ou seria o luar?
Nunca parei para olhá-lo?
Será este meu defeito?
Falta-me luz, onde a encontrar?
Nos hospitais têm geradores...
Assim como nos motéis,
Para onde vou?
Não, quero padecer na penumbra,
Na chuva, na rua, na lama...
Na urna! É para lá que tu vais.
E o espledor que fulgurá um dia em
Meu ventre, trarar-me-á um rebento
Inepto como nós? Ou um intelectual como Nietzsche?
Nunca saberemos...
Disseste-me um dia que me serviria
Como luz de emergência; Mentiste!
Cadê tu?
Padeço como sempre me batendo
Nos móveis, já cansei de relatar
Que ando trôpega.
Onde estão meus pulmões pleuríticos?
Já se foram dois maços.
E a minha consciência?
Em ti?
Não, vagando cidade à fora.
BM
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