09 janeiro, 2009



Ardentes


Anseio aproximar meus lábios

Cálidos, tocar com total leveza

Tuas pestanas alvas

Com o reles intuito de sanar

A ardência...

Seria um ato quase que santo,

Mas sou profana, não tocaria

Tão somente os cílios que são teus,

Emaranhar-me-ía nos cachos

Dourados desta heroína que

Saltara das páginas do Alencar.

Em total desconserto sem querer

Jamais o acerto,

Furta-la-ía um beijo longo

Seríamos seres sem tempo

Os minutos pausariam

Os relógios fugiriam de nossas vidas...

Ardentes teus olhos já não

Estariam, mas poderia eu sentir

O ardor de teu corpo

Latente pedinte ardente

Rogando pelo roçar de minha pele

Na tua, nossas vozes – afônicas

Nossos corpos dialogando

Num ritmo frenético...

Já curados os olhos,

Iria como curandeira desbravar

As sendas abrasadoras do infitino

Corpo desta que desejo minha.


BM.

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