09 janeiro, 2009




Apuros


Acordo numa noite insone

Olho para um lado o vazio,

Transmuto em outro a tua marca

Na cama despovoada, só composta

Pelo corpo meu e dele que ardemos na ausência

De nosso maior vício – tu.

Vasculho, tal como uma cobra

Debatendo-me no leito é inaceitável

Tamanha falta...

Dirijo meu corpo torto até o criado-mudo

Uma foto nossa, estávamos felizes,

Somos felizes, mas esse afastamento

Torna-me cianótica,

Meu mundo multicolor ao lado teu,

Toma tons azuis-arroxeados,

Olho, cambaleio embriagada por

Teu olor em nosso santuário...

Dou voz ao meu choro afônico,

Brado por um instante, apenas um

Rogo exaltada, talvez um pouco alta,

Pelas tuas mãos amáveis tranqüilas

Suaves... meu ventre necessita-te ...

Corra, voe, ele chuta a esfera formada,

Nosso rebento ainda no útero lagrimeja

Tua falta ...


BM.

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