06 dezembro, 2008




último tango


nunca tua ausência

fora-me tão cortante

quanto aqui

assim

sem ti...

o que farei?

amputarei meus dedos

para não pagar mais

a ti, minha dívida,

com meus versos que

outrora tu disseste

serem mais afiados

do que a espada de

Dâmocles.´

já não declamo mais -

tu me roubaste as

cordas vocais no derradeiro

beijo...

e aquela rosa vermelha

do senil e cansado

tango que chamam

último

cravara o espinho

onde os cupidos

lançam flechas...

... morro-me ...


BM.

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