25 maio, 2008



Valsa


Disseste-me tu - "Sou toda tua..."

Já seria minha a alma cujo

Neste corpo achara o habitat,

Adormecida em um repouso lúgubre?

Minha haveria de ser a boca na qual

Perdi o fôlego no beijo eterno?

Sou eu a dona desta dançarina

Bailarina brincando sobre

Aquela caixa de música?

E o encontro mágico daquelas

Personas sedentas cálidas...

Por séculos esperava a nobre dança,

Que não era uma reles valsa

Ou um sonho de valsa.

Éramos o embalo ritmado

Ao suor que escorria pelas peles...

Partes desnudas deslizavam

No som suave dos gemidos nossos;

Por fim, fundimo-nos UMA.


BM



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