25 maio, 2008



Ausência


A fumaça

eis-me a única fidedigna

companheira...

Suplico por ti

Minha retina já fora

Afetada pelo glaucoma

Do qual não sou portadora...

Por isso, vasculho as encruzilhadas

das ruelas e não enxergo...

Onde estás?

Necessito-te...

Calada afônica

Berro chamo teu nome

Sobrenome... urro uivo... murmuro;

Dói a tua não existência nas

Veias que percorrem meu

Cadáver sem artérias...

Vida sem arte

Cena sem sangue;

Quero-te

Este querer tórrido

Transforma-me torta...

Nua alma pura crua

Feto para ser moldado

Pelas mãos de ti - meu domínio.

Sufoco submersa na falta,

Não há destino em meu percurso

Sem o meu AMOR!


BM

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