26 abril, 2008


Censura

Seria aquela uma das
Imensas pequenas tantas
Empalhadas mofadas roídas...
Personas adormecidas n’alma
Idosa que ocupara
Meus sofás empoeirados
Velho acolhedor de livros censurados...
[Já de páginas e dentes amarelos
pelo cachimbo que lhe pendia os lábios].
Seria minha aquela imagem?
Quiçá tão apenas uma tela sépia.
O laivo de sangue na sobreveste
Cor-de-rosa não fora obra de criança
Arteira a percorrer vales sem mal
Saber andar, máculas feridas escaras...
Cortes profundos superfícies alcançadas
Num naufrágio – salvação?
Não era um longa metragem, nem encenava
“Navalha na Carne”, tinha, decerto ou errado
A lâmina na pele derme epiderme.
Rasgos dos quais expectorara versos
Colorindo de carmim as gazes
Pelo sangue estancado.
Lamúrias, o bebê que ressona
Desperta aos prantos...
Calma, por favor,
Não arrombe...
abrirei.

BM.

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