15 agosto, 2007




Vidas Cruzadas 23/07/07



À memória de Maria do Socorro Gomes

(Excelente Mãe, Ilustre Mulher, Amável Irmã, Dedicada Avó, Amada Tia, Incomparável AMIGA).


Eis-me aqui, sentada neste tronco morto

ao lado desta casa, as lembranças

são tão nítidas, custo a crer

que acabara de ver-te naquela urna,

indo ao fundo de um buraco

onde jamais fora o lugar do corpo teu.

dor insopitável, lanço meu

corpo em uma sepultura,

inaceitável...

Por que não me deste mais tempo?

agora, como entrar nesta casamata e

não ter vestígios teus...

não vê-la no sofá da sala,

nem tampouco na cama onde

sentávamos e consolávamos nossas almas...

não ouço o arrastar de seu pés...

conheci a ti enferma,

me achaste desiludida, assolada por uma

depressão atroz,

deste-me sentido, tu querias viver...

enquanto eu rogava pelo fim de meus dias!

a vida fora injusta contigo em teu curso...

por que me deixaste aqui?

não me deste mais tempo...

hoje, amiga, eu, incompetente sinto

tua falta gélida como mármore

acaricio teu rosto, mas não me respondes,

Mary, foi breve, porém uma de minhas

maiores verdades foi ver Luz em teus Olhos.



BM

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