03 janeiro, 2007


Fera sem cio

Entregava-me aquele homem
Em cujo corpo reinava uma fera,
Arfada por desejos libidinosos...
Mordiscava-me a pele, as carnes
Como um devorador há muito faminto.
Enquanto eu, apenas uma antítese,
Imbuída numa espécie de amor tirano,
Necessitava daquilo, precisava mostrar a
Minha fera livre do que eu era capaz.
[Não seria melhor terem-na posto
Em jaulas, de grades reforçadas?]
Mas ela estava solta, revolta contigo,
Comigo, com o mundo que a criara.
Sem viço,
Sem libido,
Sem amor,
Sem dor,
Concebia eu, a culpa que carregarei como fardo
Quem sabe por uma vida inteira,
E ao mesmo tempo, o que já
Torna disforme o meu ventre...
Cresce, e sei lá porque tem vontade de vida...
Que viva!
Pois assim, trará sentido à minha!
BM

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