05 outubro, 2006



Sem amor

Meu corpo,
Tão "celebrado",
Por décadas cobiçado,
Desejado,
Para um feito tão trivial.
Sem problemas,
Nenhuma importância
Ao que declamava
Os rapsodos...
Deitar-me-ia nas sedas
Ofertadas dos lençóis manchados
Por marcas de outros amores,
Passados,
Presentes...
Quiçá, futuros.
A carne
Sequer selecionava o
Que as bocas balbuciavam
De forma agressiva,
E necessária às entranhas sedentas.
Tal lascívia atirava-me
A carcaça, surreal,
Às paredes,
No rosto, os golpes,
Pancadas nas ancas,
Sem reação,
Sem dor,
Sem pejo.


BM

Um comentário:

Anônimo disse...

mmmm....