Jugo
Naquele espaço de nós duas,
Oprimias-me tu, uns passos
Que os pés já atrofiados
Não marcavam mais...o chão
De uma sala, onde outrora
Sem juízo, corpos rolavam
À luz das persianas
Dançavam ao vento que
Soprava em nossos cabelos,
Caídos aos arranques.
Aprisionaste-me por quê?
Sem razão pôs-me naquela
Máscara sem oxigênio,
Desligaste o balão,
Sufoquei por entre
As paredes úmidas,
Ali, entre a cristeleira
E o aparador...
Encontraste-me defunta,
Submetida ao domínio
Do que não controlara mais,
Necessitei me morrer um pouco,
Não mais do que um instante...
E tu, achaste-me judiada,
Ainda amparaste minha cerviz,
Mas aquelas mãos não
Eram capazes de suturar.
BM
Um comentário:
Lindo e triste como a maioria das poesias de amor perdido.
Paixão no início e decepção com a convivência?
Postar um comentário