12 outubro, 2006



Aprisionada


Há muito deixei de rabiscar

Meus hieróglifos tortos,

Esta tentação, que consome

Meu útero em um desejo de posse,

De ter no meu mais íntimo alguma parte

Que é tua, fui tua.

Hoje, sequer seguro a pena,

Já não deslizo as mãos sobre

Meus papéis amarelados

E pelas traças, roídos.

Não grito,

Emudeço,

Não choro,

Engulo,

Amo-te,

Mas afasta-te de mim,

Perdição divina.

Castro as palavvras,

Antes de saltarem feito crianças

Em festas juninas,

Dançando quadrilhas nos papiros

De meu éden mais infernal.

Aprisiono o que deveria

Deixar nas escrituras, sagrado...

A ninguém confesso,

Meu sacrilégio,

Fardo

Destino

Talvez seja,

Um amor no sarcófago!



BM

6 comentários:

Anônimo disse...

uau! bm dos anjos erótica! :OD

Anônimo disse...

Sra Bórgia, seu blog é lindo. As fotos são de extremo bom gosto, os poemas... lindos! Todos maravilhosos! Parabéns!

Beijos

Anônimo disse...

Parece que a cada dia seus poemas expressam mais e mais de vc. Que seu coração está mais presente.

Muitos beijos,
Vivi

Anônimo disse...

Parabéns pelo lindo e sensual blog. A poesia é erótica mas tb tem muito de uma alma romântica.

Anônimo disse...

Minha criança
Fale da vida que recém começa.
Rita

Anônimo disse...

Cruzes!Amor num sarcófago tem um quê de romântico misturado a Augusto dos Anjos.Cheira a uma certa necrofilia.Fala muito do signo de escorpião.O lado sombrio da vida.És escorpiana,cara Bórgia?