15 outubro, 2006


Amor, grande Amor!

Nenhuma delas fitou-me o ventre como se estivesse diante de algo fascinante.
Nenhuma delas beijou as pestanas que trago cerradas pelo cansaço das manhãs.
Nenhuma delas bebeu das lágrimas que são minhas, para sentir a intensidade de uma dor que a mim pertence.
Nenhuma delas pôs os meus óculos, para saber como eu via o mundo.
Nenhuma delas cantou, para que meu corpo já em chagas adormecesse em paz.
Nenhuma delas me deu a mão para que fôssemos caminhar a beira-mar.
Nenhuma delas dançou comigo, em nossas madrugadas insones,
E a chama do amor incendiou as velas acesas.
Nenhuma delas traz um homem de Neanderthal por trás da fachada.
Nenhuma delas desbravou locais dantes intocáveis.
Nenhuma delas amou minha alma, tão somente a carne era o desejo,
E só uma delas conheceu o mais íntimo de minha dor.
Dedicar-me-ei a este ser que pôs o sorriso em um semblante há muito escorraçado.
BM

3 comentários:

Anônimo disse...

Sufocando a vontadade de falar pessoalmente digo que é muito bonito escrever poesias e mostra-las para todos que apreciam. Lindo!Parabéns.

Anônimo disse...

Muito bonito o texto.Mas esquisito esse papo de Neanderthal.Seu personagem é antitético/

Anônimo disse...

[suspiros]