Enquanto a madrugada avança
(Bruna Matos/Chicco Lacerda)
Lua matutina,
Não creias jamais em
Olhos pueris, cabelos louros,
De heroínas românticas,
Que o eterno amor te profanam
Sem ao menos o saber.
Palavras triviais, cartões belíssimos,
Presentes ostensivos...
Isso tão somente camufla
A vontade absurda de amar – mas são incapazes.
Duvides quando vires um
Capelo, cuja pele custou a vida
D’algumas ovelhas
O rosto do capataz revelar-se-á;
Tão logo nos sulcos
De tua face o reinado será de lágrimas.
Fico pensando num jeito de te deixar
Como és: feroz, autêntica, fêmea em fogo,
Mas o melhor é não pensar
Abrir as janelas, somente, e que o vento aja,
A madrugada avance, o rio despenque
O leito em que seremos um só, serenos, completos...
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