03 agosto, 2008



Enquanto a madrugada avança


(Bruna Matos/Chicco Lacerda)


Lua matutina,

Não creias jamais em

Olhos pueris, cabelos louros,

De heroínas românticas,

Que o eterno amor te profanam

Sem ao menos o saber.

Palavras triviais, cartões belíssimos,

Presentes ostensivos...

Isso tão somente camufla

A vontade absurda de amar – mas são incapazes.

Duvides quando vires um

Capelo, cuja pele custou a vida

D’algumas ovelhas

O rosto do capataz revelar-se-á;

Tão logo nos sulcos

De tua face o reinado será de lágrimas.

Fico pensando num jeito de te deixar

Como és: feroz, autêntica, fêmea em fogo,

Mas o melhor é não pensar

Abrir as janelas, somente, e que o vento aja,

A madrugada avance, o rio despenque

O leito em que seremos um só, serenos, completos...

Nenhum comentário: