07 maio, 2008



Feromônio

Só sabia que ia ao encontro teu
Nada mais era de meu incauto conhecimento...
Questionava-me na longa viagem,
Como amar um ser que nunca vi?
Tocar trêmulo a pena e fazê-la
Deslizar pela fêmea cujo
Paladar me era misterioso...
Cometer poesias para um amor no escuro.
Segui pela rampa íngreme de minhas
Duras jornadas, tal como um cão
Em busca daquela que exala o cio.
No ato em que fitei os olhos profundos,
Achei uma dama sem o vagabundo...
Tão delicada como a seda onde
Teu corpo ressona em brasa serena.
Ora menina, ora mulher...
Ora no picadeiro, ora diligente...
Antíteses constroem este ser tão pleno...
Que por horas me chamaste, uivando
Só, nas madrugadas insones,
Hoje, me deixaste, ondeante, cão domado.

BM

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