12 maio, 2008



Descaso

Só faltara o altar
De resto, o límpido
Marmóreo de teus
Dentes reluziam no
Piso há muito não varrido.
Tu, que de mim te esquivas
Pelas frestas do nosso barraco
De palhas secas...
Eu, que a ti busco incansavelmente
Tal como os idólatras lastimáveis
De um romantismo há tanto
Extirpado...
Mas em minhas veias ainda
Corre sangue de nobre rapsodo
Ou de uma fajuta plebéia;
Agora, meu amor, a tinta secara
E tudo brilha como os olhos teus...
Porém, ainda resta o altar.

BM

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