04 fevereiro, 2007


Nossas Noites
Nossos Dias

Não!
Não hei de culpá-la
Pelos dias inteiros que me deixas
À deriva, quase um barco a naufragar...
Sem notícias, sem acenos, sem sequer
Uma garrafa atirada ao mar.
Não condenarei teu sono,
Se te refugias durante os dias
Entre tuas plumas, e te acordas à noite
Para vagar largando lânguida, prostrada
Pelos benzodiazepínicos e tuas canções de ninar
Na cama de nós duas, a minha carcaça.
Ou te comprometes a velar pelo meu sono,
Passando noites acordada ao lado meu.
Lerei para ti, como acalanto, alguma poesia
Do Drummond, enquanto ressonas, e talvez
Em tuas fugas, rogue pela presença de meu corpo
Em vigília ao sono teu.
Não sou cantora,
E nem tenho tua voz suave,
Não sei contar histórias,
E nem tenho tua imaginação fantástica,
Não posso julgá-la,
Nem medir o tamanho de tua dor,
Se também sinto algo ancestral a
Corroer-me as vísceras.
Dar-te-ei meu regaço,
Para que apóies tuas melenas lindas
E se perca do mundo que existe
Fora de nossa alcova!

BM

Um comentário:

Anônimo disse...

Vc acerta em td q escreve..usa a palavra certa na hora certa...formando um belo conjunto...
Te admiro muito.....
e não esqueça: "vc se torna eternamente responsável por aquilo q cativas...."
Beijos
Cass