24 fevereiro, 2007




Caso Perdido


Um copo de uísque

Algumas pedras de gelo

Um cinzeiro a abraçar-me

Acolhendo com sua quentura

Meu frio terminal.

Mas, ao mundo, esta vida

Não passou de um mar de rosas,

Escolhas fáceis,

Os mares repletos de pétalas

Vermelhas, como as unhas que

Já não quero mais.

Maquiagens de fim de semana,

Que secam, envelhecendo o rosto

Na velocidade de uma luz queimada......

Que não acende mais.

Olhos que há muito deixaram de brunir,

Luzir, falar....emudeceram

São meros observadores das ondas que quebram

Numa areia de conchas a me furarem os pés

Que já não andam mais

As lágrimas que bebo,

Secam-me a glote, e já não falo mais.....

Já faz tempo........que não acordo mais......


BM

Um comentário:

Anônimo disse...

Talvez não saibas interpretar ou ver o brilho rútilo por trás do olhar embaciado,perdido,sofrido,magoado.Talvez o rubro das extremidades esteja anêmico e precise de transfusão.Talvez a alma sonâmbula precise de paz,não de paz armada,dessa que oferece tantas interpretações tendenciosas a distorcerem atos banais.Talvez o ser espectral precise de colo quente,acolhedor,que não faça tantas perguntas,nem tantas repreensões.Talvez seja preciso desanuviar e redescobrir a leveza.Talvez...