29 novembro, 2006


Clamo-te
Venhas até aqui, bela,
Aconchegues teu corpo exaurido
Nos ombros meus.
Repouses teu cansaço,
Ouças essa pulsação
Constante do peito
Que arfa de emoção ao lado teu.
Deites tuas melenas de fios ruivos
Em meu regaço, molhe meu seio
Com teu tormento.
Afogue-me neste pranto
Incessante,
Já é tarde, meu amor,
Mas não é tarde para o amor.
Fale-me,
Digas o que te vens à mente
Sem hesitares.
Mesmo que teus lábios tragam fel
Beije-me a boca,
Morda-me a carne,
E depois, declames Al berto,
Quiçá "Morte de Rimbaud",
Ou "Meu único amigo",
Se quiseres até Equinócios de Tangerina...
Ou, apenas fale-me de uma Ode
Que certa vez uma poeta cometeste
Ao adentrar numa caverna
E dela jamais sair.
BM

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