14 julho, 2009




Oca

O que há dentro de um carvalho
Já torto vergado reumático
Senão o eco de meu berro insonoro?
O que trago dentro da caixa torácica
Se o de líquido, microscópico...
Pérfidos órgãos?
Ainda restam nos versos rimas?
Nunca nem versejei...
Tudo o que tenho feito é
Mentir fingir fugir
Sem brunir
O que de tanto outrora já luzi
Há dentro da carcaça
Uma dor indizível...
Como dizê-la... como tê-la?
Se tudo de mim já
Fora doado...
escrevo póstuma...
... oca... ostra... outra.


BM

Um comentário:

Unknown disse...
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