05 dezembro, 2008




re-Volta

deixar-me-á a tua espera
até quando durarem meus
dedos, já reumáticos,
ainda salientes com a pena
a cometer riscos sem metro...
estarei aguardando pela amada,
não por enquanto durar o cio...
talvez, já tenho ido embora
com a fumaça de meu
charuto que inibe a visão...
cego, neste quarto de hotel,
já sou lançada aos móveis
por me faltar a bengala,
faz frio aqui,
venta um pouco,
o uísque acabou,
a cachaça entornou em minha
ècharpe ... e o absinto - já não sinto.
chamem a emergência...
acendam a luz...
ou não façam nada,
a exposição de corpos
ainda está no Museu da República,
porém, antes preciso ir à Ilha Fiscal,
quem sabe se o D. João não me
aguarda para o baile derradeiro.

BM.

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