30 dezembro, 2006


Descrença


Desatados os nós....
Uma cama,
Um lado
Abandonado...
Talvez as plumas daquelas
Aves sacrificadas nos travesseiros
Abraçar-te-ão na manhã que inicia...
O sol?
Sabe-se lá onde está...
Assim como os meus pensamentos
Que giram, rodam num ângulo
A formarem 360 graus.
Na mesa, ainda alguns benzodiazepínicos,
Os que me restara da noite anterior.
[Não quero que te dopes,
Nem tampouco que sinta dor...
Meu menino ainda tão inocente].
Mas a dor é necessária como a água,
O ventre rasgado, um coração que hoje
Amanhecera da cor de fetos isolados
Nos vidros de soros, cortados sem formol,
O sangue destes vinhesco, sem vida,
Assim como a epiderme de meu ventre...
Assim como eu mesma.
A Luz? Cadê?
Parece-me que faltara no mundo inteiro.
Não me resta mais nada,
Somente aguardar que os ponteiros
De meu relógio rodem velozmente....
BM

2 comentários:

Anônimo disse...

"Use a receita que o doutor lhe deu.Cafiaspirina com colher de chá de água de cheiro,emplasto sabiá.Mas pra saudade não tem hospital.Só tem um jeito de curar o mal:é só chorar,ver o tempo passar pra depois encontrar outro alguém.Olá."

Anônimo disse...

"Foram discos demais,desculpas demais.Já vão tarde essas tardes e mais tuas aulas,meus táxis,whisky,dietil,dienpax.Ah,mas há que se louvar ,entre altos e baixos,o amor quando traz tanta vida que até pra morrer leva tempo demais."