23 setembro, 2006


Reação


Um corpo,
Nada mais do que a massa
Corpórea que compunha
Um cadáver.
Ali,
Tão próximo de mim,
E tão longe do que o meu desejo aspirou,
Dos sonhos rasgados
Em meio às fotografias
Que encenavam uma vida em comum.
Os poemas, quem saberá a que mar
Foram lançados?
E meu guia,
Simplesmente, afogado!
Sem ação,
Sem estímulos,
Apenas um coração afetado
Ainda pulsava,
Por quanto tempo?
Até quando suspirará?
Venha, acenda meu cigarro,
Sufocar-me-ei,
E assim, quiçá,
Poderei compor
Minha morte.
Sem esperar a hora e vez
Que nunca chega.


BM

Um comentário:

Anônimo disse...

Mais uma vez a tensão entre Eros e Thanatos,a pulsão pela morte que não vem.Talvez seja,de fato,o nosso último desejo.