07 junho, 2006

Plágio de uma Memória

Ando, sigo em busca
Olho, me interesso,
Tentativas,
Minha maquiagem é bem feita
Produção atraente.
Mulher bela,
Carta difícil,
Busco amor, tão simples.
Sozinha na vida, será?
Afasto de mim as lembranças.
Minhas companheiras.
Atiro-me nos braços do mais sensato.
Fecho meus olhos,
Anulo-me às vontades,
Podem ser mudadas,
Preciso de novos horizontes.
Necessito me socorrer,
Libertar-me.
E amanhã?
Valerá à pena ter amanhecido?
Minhas revelações,
Recordações de quando fui capaz
De quando virei a mesa,
Me conheci!
Não estou feliz!
Viver se tornou uma arte
Ilusória e teatral.
Como toda farsa é prematura
A minha não se faria verdade.
Pois faltou um toque,
Um desejo
A vontade.
Me restou saudade
Do tempo em que minha face
Revelava quem realmente sou.
Eis o retorno, só deste me faço,
Volto ao meu terreno,
Entro na minha vida,
E lá que encontro no quarto
Aquela mulher, a mesma
Que nasceu em mim
E dela não me desfaço.
Mais uma vez me faltou
A vontade.
Esbarro-me naquelas tais “Memórias”
De um defunto hilário.
Folheio as laudas,
Eis que em uma página
Ele me diz: “leitora,
Estão lá os meus cinqüenta anos,
Aqueles teimosos, não tolhidos de frio
Nem reumáticos,
Mas adormecidos em sua fadiga,
Um pouco ávidos de cama e repouso.”
BM

Um comentário:

Anônimo disse...

as máscaras. as personas. as cortinas desabrindo-se.