Furto
Peço a permissão da Poeta Luz Porto, nossa ilustre Dama Noctívaga, para fazer uso de uns fragmentos de tua rica poesia; certa de que conceder-me-á o plágio...
Por que me deixaste assim, fêmea no cio,
Loba a uivar na noite escura das florestas,
Espatifada em negligées, espartilhos e essências raras,
Se o que procuravas era uma mulher sem vaidades?
Luz Porto
Escrevo
Por que me abandonaste sem aviso prévio,
Se minhas tormentas lhe seriam um peso,
Deverias me ter avisado ao olhar pioneiro,
Jamais debruçaria meu cadáver em mais uma ilusão.
Irritas-te os brilhos que compro na ausência dos meus?
Enervas-te com os olhares que arranco, apenas transmutada em alguém?
Posto que minha face, meu eu, fora há muito partido em tantos cacos
E hoje, sou tão somente um plágio de minha própria imagem!
BM.